segunda-feira, outubro 30, 2006

"Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém......

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi..."


Quase, Mário de Sá Carneiro

sábado, outubro 28, 2006

Fields of love & blood...


We were apart; yet, day by day,
I bade my heart more constant be.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Visões do regresso.


HAPPY the man, whose wish and care
A few paternal acres bound,
Content to breathe his native air
In his own ground.


Alexander Pope - Solitude

terça-feira, outubro 17, 2006

Uma lição de vida...

"Lamento dizer
Que tu vais sofrer para te encontrares
Lamento saber que vais perceber
Que na vida também há azares..."


"Um amigo, um lamento", André Sardet

Eu estive aqui...

sexta-feira, outubro 13, 2006

~ Ma vie ~

0:00 a.m. - 4:45 a.m.
local: sala de espera de uma estação de comboios
ambiente: silencioso, taciturno, mórbido...

Silêncio...
Demasiado silêncio...
Os sentidos estão activos apesar de começarem a esmorecer. Mesmo assim, não me sinto confortável em ceder à tentação de descansar, prefiro observar os despojos humanos que circulam à minha volta... Desprezados da sociedade, apelidados de monstros, mutantes, praga... O cheiro fétido que emitem ajuda-me a manter a vigília, assim como os seus gestos lentos e de trajecto estranho me intrigam... Penso naquilo que os levou ali, até mesmo naquilo que me levou ali... Canso-me de pensar...
Agarro na pequena garrafa de água que jaz a meu lado, bebo para impedir que os lábios quebrem de tão secos que estão, sentindo a frescura das poucas gotas de água. Por momentos esqueço-me que permaneço no mesmo local...
Passa um homem gordo e desgrenhado por mim, não me vê, não porque não me queira ver ou porque eu seja invisível, mas porque a garrafa que traz e a longa e fina linhagem que a antecedeu o ajudavam a isso...
Encosto-me de novo esperando que o tempo passe rápido...
Afinal, não é uma questão de vontade, o tempo demora sempre tempo a fazer-se passar...
E eu fico, assim como aquilo que e rodeia...
Assim sou eu em viajem.

Ignorante mas quentinho...

Por mais estranho que pareça... Sinto-me bem.
Quente, sonolento, dormente...
Se há coisa de que tenho certeza, é que não há coisa alguma que me apeteça fazer...
Apenas "não pensar"...
Ás vezes...
Ás vezes, é melhor ser ignorante.

Those eyes won't steal my freedom