Local: numa rua na fronteira entre a França e a Alemanha
Ambiente: névoa densa como um toque de chuva
Horas: numa tarde de Novembro
Reconheço que sou humano, nunca quis mais do que ser uma pessoa normal, viver como um ser normal, poder olhar para tudo o que se passa à minha volta e poder sentir aquilo que os outros sentem... Mas nada disso é possível. Sinto aquilo que me rodeia de uma forma demasiado diferente.
Conformo-me na minha pequenez que é impossível alguma vez poder vir a compreender-te.
Como gostava que visses o que os meus olhos vêem, queria que pudesses ver toda esta névoa que me rodeia, queria que visses o mundo por estes olhos que agora largam uma lágrima...
Entretanto continuo a andar, sigo em frente enquanto os meus ombros se queixam do peso da mochila carregada, olho em frente e um sorriso emerge quando penso em tudo o que já se passou na minha vida. Surgem imagens estáticas de pessoas, momentos, cidades, aldeias, comboios, autocarros e metros...
Sinto-me feliz, não me arrependo de nada. Por isso, acendendo o meu eterno companheiro, sigo em frente.
Um agora... Outro para o caminho...
sexta-feira, dezembro 01, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
Condenado a recordar
Vivo o presente
Esquecendo o passado
Aguardando o futuro.
Por isso
Estou condenado a repetir
Os erros do passado...
Sou humano?
Ou uma sombra social?
Esquecendo o passado
Aguardando o futuro.
Por isso
Estou condenado a repetir
Os erros do passado...
Sou humano?
Ou uma sombra social?
sábado, novembro 11, 2006
Esperar... Porquê?
What matter if I stand alone?
I wait with joy the coming years;
My heart shall reap where it hath sown,
And garner up its fruit of tears.
John Burroughs - Waiting
I wait with joy the coming years;
My heart shall reap where it hath sown,
And garner up its fruit of tears.
John Burroughs - Waiting
quinta-feira, novembro 09, 2006
Mera explicação...
segunda-feira, outubro 30, 2006
"Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém......
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi..."
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém......
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi..."
Quase, Mário de Sá Carneiro
sábado, outubro 28, 2006
quinta-feira, outubro 19, 2006
Visões do regresso.
terça-feira, outubro 17, 2006
Uma lição de vida...
"Lamento dizer
Que tu vais sofrer para te encontrares
Lamento saber que vais perceber
Que na vida também há azares..."
"Um amigo, um lamento", André Sardet
sexta-feira, outubro 13, 2006
~ Ma vie ~
0:00 a.m. - 4:45 a.m.
local: sala de espera de uma estação de comboios
ambiente: silencioso, taciturno, mórbido...
Silêncio...
Demasiado silêncio...
Os sentidos estão activos apesar de começarem a esmorecer. Mesmo assim, não me sinto confortável em ceder à tentação de descansar, prefiro observar os despojos humanos que circulam à minha volta... Desprezados da sociedade, apelidados de monstros, mutantes, praga... O cheiro fétido que emitem ajuda-me a manter a vigília, assim como os seus gestos lentos e de trajecto estranho me intrigam... Penso naquilo que os levou ali, até mesmo naquilo que me levou ali... Canso-me de pensar...
Agarro na pequena garrafa de água que jaz a meu lado, bebo para impedir que os lábios quebrem de tão secos que estão, sentindo a frescura das poucas gotas de água. Por momentos esqueço-me que permaneço no mesmo local...
Passa um homem gordo e desgrenhado por mim, não me vê, não porque não me queira ver ou porque eu seja invisível, mas porque a garrafa que traz e a longa e fina linhagem que a antecedeu o ajudavam a isso...
Encosto-me de novo esperando que o tempo passe rápido...
Afinal, não é uma questão de vontade, o tempo demora sempre tempo a fazer-se passar...
E eu fico, assim como aquilo que e rodeia...
Assim sou eu em viajem.
local: sala de espera de uma estação de comboios
ambiente: silencioso, taciturno, mórbido...
Silêncio...
Demasiado silêncio...
Os sentidos estão activos apesar de começarem a esmorecer. Mesmo assim, não me sinto confortável em ceder à tentação de descansar, prefiro observar os despojos humanos que circulam à minha volta... Desprezados da sociedade, apelidados de monstros, mutantes, praga... O cheiro fétido que emitem ajuda-me a manter a vigília, assim como os seus gestos lentos e de trajecto estranho me intrigam... Penso naquilo que os levou ali, até mesmo naquilo que me levou ali... Canso-me de pensar...
Agarro na pequena garrafa de água que jaz a meu lado, bebo para impedir que os lábios quebrem de tão secos que estão, sentindo a frescura das poucas gotas de água. Por momentos esqueço-me que permaneço no mesmo local...
Passa um homem gordo e desgrenhado por mim, não me vê, não porque não me queira ver ou porque eu seja invisível, mas porque a garrafa que traz e a longa e fina linhagem que a antecedeu o ajudavam a isso...
Encosto-me de novo esperando que o tempo passe rápido...
Afinal, não é uma questão de vontade, o tempo demora sempre tempo a fazer-se passar...
E eu fico, assim como aquilo que e rodeia...
Assim sou eu em viajem.
Ignorante mas quentinho...
Por mais estranho que pareça... Sinto-me bem.
Quente, sonolento, dormente...
Se há coisa de que tenho certeza, é que não há coisa alguma que me apeteça fazer...
Apenas "não pensar"...
Ás vezes...
Ás vezes, é melhor ser ignorante.
Quente, sonolento, dormente...
Se há coisa de que tenho certeza, é que não há coisa alguma que me apeteça fazer...
Apenas "não pensar"...
Ás vezes...
Ás vezes, é melhor ser ignorante.
sábado, setembro 16, 2006
quarta-feira, setembro 13, 2006
~ O que procuro ~
Local: rua larga, sem fim à vista
Ambiente: céu encoberto, escuro, uma bela infusão de branco, negro e cinzento
Horas: uma tarde única, mas igual a qualquer outra
Caminho, os passos não são firmes, talvez porque me sinto intoxicado, ou porque não me consigo livrar do peso de todos os erros que cometi ao longo das passadas…
Esqueço que ando, lembro-me de episódios que foram…
Os olhos projectam-se para o céu em prece ao deus que foi, que é e que há-de ser enquanto não explicar porque ando, não o vejo, apenas vejo uma infusão impura de neutralidade…
De nada vale olhar para o céu, porque ele nunca se estenderá até ti…
Baixo o olhar até ao chão, apenas sinto a frio da calçada, a sujidade de outros…
Olho em frente e vejo o longo caminho que me espera, não consigo distinguir o final, mas será de certeza melhor que aqui…
Ambiente: céu encoberto, escuro, uma bela infusão de branco, negro e cinzento
Horas: uma tarde única, mas igual a qualquer outra
Caminho, os passos não são firmes, talvez porque me sinto intoxicado, ou porque não me consigo livrar do peso de todos os erros que cometi ao longo das passadas…
Esqueço que ando, lembro-me de episódios que foram…
Os olhos projectam-se para o céu em prece ao deus que foi, que é e que há-de ser enquanto não explicar porque ando, não o vejo, apenas vejo uma infusão impura de neutralidade…
De nada vale olhar para o céu, porque ele nunca se estenderá até ti…
Baixo o olhar até ao chão, apenas sinto a frio da calçada, a sujidade de outros…
Olho em frente e vejo o longo caminho que me espera, não consigo distinguir o final, mas será de certeza melhor que aqui…
sexta-feira, agosto 11, 2006
Cenário desse jogo?
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Cesário Verde - Manias!
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Cesário Verde - Manias!
domingo, julho 30, 2006
Losing sleep...
You look like you've been losin' sleep
Said a stranger on a train
I fixed him with an ice cold stare and said
I've been havin' those dreams again...
Swervedriver - Last train to satansville
Said a stranger on a train
I fixed him with an ice cold stare and said
I've been havin' those dreams again...
Swervedriver - Last train to satansville
quinta-feira, julho 27, 2006
quarta-feira, julho 26, 2006
Ao luar ainda chamo por ti...
Comme vous êtes loin, paradis parfumé,
Où sous un clair azur tout n'est qu'amour et joie,
Où tout ce que l'on aime est digne d'être aimé,
Où dans la volupté pure le coeur se noie!
Comme vous êtes loin, paradis parfumé!
Où sous un clair azur tout n'est qu'amour et joie,
Où tout ce que l'on aime est digne d'être aimé,
Où dans la volupté pure le coeur se noie!
Comme vous êtes loin, paradis parfumé!
~ A verdade mata ~
Local: no teu quatro
Ambiente: os últimos esforços da luz para penetrar as trevas começam a falhar
Horas: tarde demais para um ser humano normal.
O sangue banha-me os pés. Sinto o suave terror de uma morte nas minhas mãos. Os meus olhos brilham com a loucura que lhes foi sendo adicionada pelo seu portador. Um sorriso surge ao largo dos meus lábios, não chega a ser um sorriso mas sim um fragmento da insanidade que envolvia toda a situação...
A última luz dos prédios que se observava da janela do quarto acabou de se apagar, como que anunciando o funeral de uma alma perdida por ter acreditado que não pode existir traição num beijo...
Depois daquele momento o tempo parou com as tuas palavras que congelavam tudo o que alcançavam como um vento glaciar, cortando as minhas entranhas, incinerando o pequeno reduto de sensatez que ainda residia em mim...
Tentei...
Não consegui...
A lâmina tinha vida própria, serpenteou até estar perto de ti e quando descobriu o teu pescoço ejectou as suas presas cortando a carne deixando o sangue aparecer e esvair-se como vermelhos regatos...
Não consegui ver o teu corpo caído durante muito tempo, tinha acabado de assinar a minha própria morte. Parti tentando esquecer o que tinha feito, também não consegui...
Assim, acabei por deixar-me contaminar pelo veneno da lâmina. Caí sobre os meus joelhos e esperei a vinda gloriosa do irmão que nunca conheci...
Foi assim o dia da nossa queda... Foi assim o dia da minha queda.
Ambiente: os últimos esforços da luz para penetrar as trevas começam a falhar
Horas: tarde demais para um ser humano normal.
O sangue banha-me os pés. Sinto o suave terror de uma morte nas minhas mãos. Os meus olhos brilham com a loucura que lhes foi sendo adicionada pelo seu portador. Um sorriso surge ao largo dos meus lábios, não chega a ser um sorriso mas sim um fragmento da insanidade que envolvia toda a situação...
A última luz dos prédios que se observava da janela do quarto acabou de se apagar, como que anunciando o funeral de uma alma perdida por ter acreditado que não pode existir traição num beijo...
Depois daquele momento o tempo parou com as tuas palavras que congelavam tudo o que alcançavam como um vento glaciar, cortando as minhas entranhas, incinerando o pequeno reduto de sensatez que ainda residia em mim...
Tentei...
Não consegui...
A lâmina tinha vida própria, serpenteou até estar perto de ti e quando descobriu o teu pescoço ejectou as suas presas cortando a carne deixando o sangue aparecer e esvair-se como vermelhos regatos...
Não consegui ver o teu corpo caído durante muito tempo, tinha acabado de assinar a minha própria morte. Parti tentando esquecer o que tinha feito, também não consegui...
Assim, acabei por deixar-me contaminar pelo veneno da lâmina. Caí sobre os meus joelhos e esperei a vinda gloriosa do irmão que nunca conheci...
Foi assim o dia da nossa queda... Foi assim o dia da minha queda.
quinta-feira, julho 13, 2006
O tempo...
"O tempo não sabe nada,
o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu,
o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas
não nos sentimos sós
Meu amor,
...o tempo somos nós"
o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu,
o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas
não nos sentimos sós
Meu amor,
...o tempo somos nós"
Jorge Palma
sexta-feira, junho 30, 2006
O meu momento.
Acendo um cigarro
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
Álvaro de Campos - Tabacaria
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
Álvaro de Campos - Tabacaria
segunda-feira, junho 19, 2006
Um sonho, uma vida...
A man lives for as long as we carry inside us,
for as long as we carry the harvest of his dreams,
for as long as we ourselves live,
holding memories in common, a man lives.
Brian Patten - So Many Different Lengths of Time
for as long as we carry the harvest of his dreams,
for as long as we ourselves live,
holding memories in common, a man lives.
Brian Patten - So Many Different Lengths of Time
quinta-feira, junho 15, 2006
sábado, junho 10, 2006
Porquê?
Corro... Sei porquê
Não paro... Sei porquê
Continuo a correr... Sei porquê
Tenho medo... Sei porquê
Se paro...
Só paro porque deixei de saber...
O porquê.
Não paro... Sei porquê
Continuo a correr... Sei porquê
Tenho medo... Sei porquê
Se paro...
Só paro porque deixei de saber...
O porquê.
Por falar em morte
Deixa-te cair, já não tens sangue dentro de ti, apenas pó...
Deixa os outros seguirem, impedes o seu caminho...
Deixa-te secar, para que outro se alimente de ti...
Espera...
Um dia das cinzas vais voltar e então serás de novo chama.
Deixa os outros seguirem, impedes o seu caminho...
Deixa-te secar, para que outro se alimente de ti...
Espera...
Um dia das cinzas vais voltar e então serás de novo chama.
Só para postar qualquer coisa...
"qualquer dor entranha
qualquer uma arranha
lanha
qualquer um açoita
qualquer corpo apanha
qualquer coisa invisível adultera
esteriliza
dilacera
e degenera a fibra
qualquer coisa
desanima em santidade
delibera
e vive de extremidade
qualquer coisa morre
qualquer coisa é consumada
com um tédio que o mundo comporta
qualquer coisa é ser
irreversível
mesmo onde acabar é possível
quando a dor entranha
arranha
lanha
e o próprio corpo apanha
acariciando o chão."
qualquer uma arranha
lanha
qualquer um açoita
qualquer corpo apanha
qualquer coisa invisível adultera
esteriliza
dilacera
e degenera a fibra
qualquer coisa
desanima em santidade
delibera
e vive de extremidade
qualquer coisa morre
qualquer coisa é consumada
com um tédio que o mundo comporta
qualquer coisa é ser
irreversível
mesmo onde acabar é possível
quando a dor entranha
arranha
lanha
e o próprio corpo apanha
acariciando o chão."
autor desconhecido- qualquer coisa
terça-feira, junho 06, 2006
06/06/06
"Sou e só apenas uma gota de suor
Sou um claro aceno quando rufa o tambor
Sou o fim do mundo
A contagem ao segundo "
Sou um claro aceno quando rufa o tambor
Sou o fim do mundo
A contagem ao segundo "
Ala dos Namorados
Há quem diga que hoje 06/06/06 o mundo vai acabar...
...eu não discordo totalmente desta afirmação...
sim...vai acabar para uns (os que morrem)...
mas para outros, os que nascem, vai apenas começar...
Nós que já cá estamos e qeremos continuar a estar por cá...
podiamos entender este "fim do mundo" como uma oportunidade de cortar com o passado e começar um novo futuro...renascer... criar um novo mundo para nós próprios....
Beijos para todos...
domingo, junho 04, 2006
"Ond'andas?"
"Nem um poema nem um verso nem um canto
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
...o meu amigo está longe
e a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!
... o meu amigo está longe e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe...e a saudade é bastante!"
tudo raso de ausência tudo liso de espanto
e nem Camões Virgílio Shelley Dante
...o meu amigo está longe
e a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
tudo calado todos sem mãe nem pai
Ah não Camões Virgílio Shelley Dante!
... o meu amigo está longe e a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgílio Shelley Dante:
o meu amigo está longe...e a saudade é bastante!"
José Carlos Ary dos Santos
E tu ~passenger~? Também estás longe? Nunca mais postaste nada....
Beijos para ti e para os nossos leitores....
domingo, maio 21, 2006
"Sete sacerdotes, tocando sete trombetas, irão à frente da arca.
No sétimo dia, dareis sete vezes a volta à cidade, com os sacerdotes a tocar a trombeta. À medida que o som da trombeta for crescendo, e a sua voz se tornar mais penetrante, todo o povo irromperá num grande clamor e a muralha da cidade desabará."
Jos. 6, 4-5
Não queremos que a vossa casa desabe...nem sequer que a vossa ligação da net caia... mas queremos que festejem connosco o sétimo dia após um ano de blog!!!!!
Festejamos hoje, sete dias depois, pois o dia de hoje é um dia especial....
festejar a 14 estava bem.... o blog fazia um ano...está certo...
mas hoje....dia 21...pareceu-nos ser a data mais indicada.... senão vejamos:
....se adicionarmos 7 (um número que simboliza a perfeição) a 14 (dia de aniversário do blog) o resultado vai ser 21 (dia de hoje)....
além disso....se somarmos os dois algarismos d 21...vamos chegar ao 3 (outro número da perfeição)
....e se ainda restassem dúvidas acerca de 21 ser a altura ideal para festejar um aniversário a 14... vejam: se multiplicarmos os dois números perfeitos.... 3 e 7.... vamos chegar ao número da suprema perfeição: 21...
e esta hein????
conclusão final:
Deus descansou ao sétimo dia....nós festejamos!!! É justo!!!!!
quinta-feira, maio 18, 2006
nós...
"e desde então sou porque tu és..
e desde então és, sou e somos...
e por esta amizade...
e desde então és, sou e somos...
e por esta amizade...
...serei, serás e seremos....."
alguém
quarta-feira, maio 17, 2006
mendigando...
"Amiga... noiva... irmã... o que quiseres!
Por ti, todos os céus terão estrelas,
Por teu amor, mendiga, hei de merecê-las
Ao beijar a esmola que me deres."
Por ti, todos os céus terão estrelas,
Por teu amor, mendiga, hei de merecê-las
Ao beijar a esmola que me deres."
Florbela Espanca-Crucificada
O que há depois?
"O que há depois? Depois? ... O azul dos céus?
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?"
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?"
Florbela Espanca-A um moribundo
segunda-feira, maio 15, 2006
Aquilo que os une?
"E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,"
A mesma angústia funda, sem remédio,"
Florbela Espanca - Sem remédio
O momento,
Saudoso já deste verão que veio,
Lágrimas para as flores dele emprego
Na lembrança invertida
De quando hei de perdê-las.
Lágrimas para as flores dele emprego
Na lembrança invertida
De quando hei de perdê-las.
Ricardo Reis - Saudoso
Ela,
"E havia nela o dar de quem se nega
Toda ela era dádiva e protesto
Como quem se recusa e assim se entrega"
Toda ela era dádiva e protesto
Como quem se recusa e assim se entrega"
Manuel Alegre - Grega
Regresso. Mas não me lembro de ter partido... Isso é bom?
See, they return; ah, see the tentative
Movements, and the slow feet,
The trouble in the pace and the uncertain
Wavering!
Movements, and the slow feet,
The trouble in the pace and the uncertain
Wavering!
Ezra Pound - The Return
domingo, maio 07, 2006
Multidões
The apparition of these faces in the crowd;
Petals on a wet, black bough.
Petals on a wet, black bough.
Ezra Pound - In a station of the metro
Sorrir...
"Já ouvias aquilo que te estou a dizer, fazes o favor de prestar atenção!
Desculpa estava a pensar numa coisa..."
Quantas vezes olhas para outra pessoa...
Sorris...
Mas ao mesmo tempo nada do que ela te diz é audível.
Estas noutro mundo...
Pensas em alguém...
Pensas no teu dia...
Pensas obrigatoriamente numa situação que te marcou...
Mas é algo mais importante do que a conversa circunstancial que estas a ter.
Desculpa estava a pensar numa coisa..."
Quantas vezes olhas para outra pessoa...
Sorris...
Mas ao mesmo tempo nada do que ela te diz é audível.
Estas noutro mundo...
Pensas em alguém...
Pensas no teu dia...
Pensas obrigatoriamente numa situação que te marcou...
Mas é algo mais importante do que a conversa circunstancial que estas a ter.
sexta-feira, abril 28, 2006
Tal e qual como o meu sangue...
Reise Reise, Seemannreise
Und die Wellen weinen leise
In ihrem Blute steckt ein Speer
Bluten leise in das Meer
Und die Wellen weinen leise
In ihrem Blute steckt ein Speer
Bluten leise in das Meer
Rammstein - Reise Reise
Reise, reise
Vou partir...
Desta vez tenho motivo para o fazer... Tenho um ponto de chegada.
Não vou parar...
Não há motivos para parar.
Desta vez tenho motivo para o fazer... Tenho um ponto de chegada.
Não vou parar...
Não há motivos para parar.
Por mais que diga certas coisas...
Angel triste,
corazón sin latidos
susurras en la noche
frases al vacío.
corazón sin latidos
susurras en la noche
frases al vacío.
Anónimo - Angel de Mármol
sábado, abril 22, 2006
Após a tempestade...
Os antigos bem dizem...
Apesar disso, continuo sem acreditar...
Vou fazer um último esforço.
Por vezes vale a pena voltar. [?]
Apesar disso, continuo sem acreditar...
Vou fazer um último esforço.
Por vezes vale a pena voltar. [?]
domingo, abril 02, 2006
Se realmente vais voltar...
...tens a seguinte pergunta em mente:
And how do I know and where do I get my belief
That things will be all right again?
And how do I know and where do I get my belief
That things will be all right again?
Eric Clapton - Pilgrim
Para o caso de pensar voltar:
"Save some face, you know you've only got one"
The Killers - Smile Like You Mean It
Nota mental antes de partir:
1. Recolher todos os trocos previamente dispersos pelo quarto; (preferencialmente as moedas de maior valor, que desde já duvido que tenham passado à vistoria da mulher da limpeza)
2. Meter as tralhas numa mala; (deixar para trás aquelas que trazem um cheiro impossível e/ou estou completamente rotas)
3. Despedir-se de qualquer ligação existente ao local de partida; (se eventualmente se criou alguma)
4. Não esperar compreensão; (...)
5. Comprar bens essenciais; (tabaco é importante, não interessa atrasar muito a morte, simplesmente não me apetece morrer senil)
6. Comprar um bilhete; (não interessa qual é)
7. Não voltar. (se voltares, vê primeiro se ganhas mais do que vais perder)
2. Meter as tralhas numa mala; (deixar para trás aquelas que trazem um cheiro impossível e/ou estou completamente rotas)
3. Despedir-se de qualquer ligação existente ao local de partida; (se eventualmente se criou alguma)
4. Não esperar compreensão; (...)
5. Comprar bens essenciais; (tabaco é importante, não interessa atrasar muito a morte, simplesmente não me apetece morrer senil)
6. Comprar um bilhete; (não interessa qual é)
7. Não voltar. (se voltares, vê primeiro se ganhas mais do que vais perder)
quarta-feira, março 29, 2006
Queima[-me]...
En la noche dichosa,
en secreto, que nadie me veía,
ni yo miraba cosa,
sin otra luz ni guía
sino la que en el corazón ardía.
en secreto, que nadie me veía,
ni yo miraba cosa,
sin otra luz ni guía
sino la que en el corazón ardía.
La noche oscura - San Juan de la Cruz
sábado, março 18, 2006
"Lembrança"
Fui essa que nas ruas esmolou,
E fui a que habitou Paços Reais;
No mármore de curvas ogivais
Fui Essa que as mãos pálidas pousou....
Tanto poeta em versos me cantou!
Fiei o linho à porta dos casais...
Fui descobrir a Índia e nunca mais
Voltei! fui essa nau que não voltou...
Tenho o perfil moreno, lusitano,
E os olhos verdes, cor do verde Oceano,
Sereia que nasceu de navegantes...
Tudo em cinzentas brumas se dilui...
Ah! quem me dera ser “Essas” que eu fui,
“As” que me lembro de ter sido... dantes!...
E fui a que habitou Paços Reais;
No mármore de curvas ogivais
Fui Essa que as mãos pálidas pousou....
Tanto poeta em versos me cantou!
Fiei o linho à porta dos casais...
Fui descobrir a Índia e nunca mais
Voltei! fui essa nau que não voltou...
Tenho o perfil moreno, lusitano,
E os olhos verdes, cor do verde Oceano,
Sereia que nasceu de navegantes...
Tudo em cinzentas brumas se dilui...
Ah! quem me dera ser “Essas” que eu fui,
“As” que me lembro de ter sido... dantes!...
Florbela Espanca
PS. (voltei...eu prometi...)
sexta-feira, março 10, 2006
Freiheit...
Liberdade…
Aquilo que procuro…
Desespero por alcançar…
E nunca atinjo.
Porquê?
Porque somos animais sociais
E estamos presos a pequenas coisas.
Cada uma dessas pequenas coisas requer tempo, espaço e liberdade…
E de tantas pequenas coisas
Só podemos esperar uma liberdade restrita.
Isso é a liberdade que nos foi dada…
Para ser livre destas pequenas coisas é necessário quebrar demasiadas barreiras, demasiadas amarras…
Nunca vamos ser livres na totalidade…
Senão ter-se-ia um nome:
Indigente.
Aquilo que procuro…
Desespero por alcançar…
E nunca atinjo.
Porquê?
Porque somos animais sociais
E estamos presos a pequenas coisas.
Cada uma dessas pequenas coisas requer tempo, espaço e liberdade…
E de tantas pequenas coisas
Só podemos esperar uma liberdade restrita.
Isso é a liberdade que nos foi dada…
Para ser livre destas pequenas coisas é necessário quebrar demasiadas barreiras, demasiadas amarras…
Nunca vamos ser livres na totalidade…
Senão ter-se-ia um nome:
Indigente.
Queres Verdade?
If I was in World War Two they'd call me spitfire
Fire
Cause you know that I can
Fire
Cause you know that I can
The Prodigy - Spitfire
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
Caprichos.
Hemos perdido aún este crepúsculo.
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.
He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.
A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.
Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.
Entonces, dónde estabas?
Entre qué genes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?
Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.
Siempre, siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.
He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.
A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.
Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.
Entonces, dónde estabas?
Entre qué genes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?
Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.
Siempre, siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.
Pablo Neruda - Veinte poemas de amor y una canción desesperada
Caprichos?
O true apothecary!
Thy drugs are quick. Thus with a kiss I die.
Thy drugs are quick. Thus with a kiss I die.
Romeo and Juliet - Act 5, Scene 3
Caprichos...
Dígame el que conozca
a Venus y a Cupido
si es más cruel la madre
o es más cruel el hijo.
Qué sé yo: cruel la madre,
crüel y vengativo
es el hijo, que ejerce
tiránicos caprichos.
a Venus y a Cupido
si es más cruel la madre
o es más cruel el hijo.
Qué sé yo: cruel la madre,
crüel y vengativo
es el hijo, que ejerce
tiránicos caprichos.
Ignacio de Luzán - Musa, tú que conoces
domingo, fevereiro 19, 2006
~ Traurig ~
16:25 p.m.
local: no meio de uma revolta dos elementos
ambiente: molhado (dir-se-ia)
Chuva...
Pequenos pedaços de redenção caídos do céu...
Estranho que até com a maior das chuvas a chama infernal não se queira apagar... A cabeça molhada e intoxicada pelo fumo implode...
Continuo, é assim o meu meio de procurar salvação... E a natureza com o seu jeito de mãe ancestral embala-me... Pareço um cachorro ao pé da sua mãe deliciado com o seu carinho...
A água escorre-me pela face, não sei se são lágrimas, mas se forem, de certeza que são de felicidade...
Keep on walkin'...
local: no meio de uma revolta dos elementos
ambiente: molhado (dir-se-ia)
Chuva...
Pequenos pedaços de redenção caídos do céu...
Estranho que até com a maior das chuvas a chama infernal não se queira apagar... A cabeça molhada e intoxicada pelo fumo implode...
Continuo, é assim o meu meio de procurar salvação... E a natureza com o seu jeito de mãe ancestral embala-me... Pareço um cachorro ao pé da sua mãe deliciado com o seu carinho...
A água escorre-me pela face, não sei se são lágrimas, mas se forem, de certeza que são de felicidade...
Keep on walkin'...
domingo, fevereiro 12, 2006
Romasanta
Festivals of pain within the gloomy night, one shadow lurking tall. In a wake of mourning sorrow blood drips from a claw.
Wehrwolfe - Bloodstained honor
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Uma boa frase no meio de um mundo de bling...
We at war
We at war with terrorism, racism
Kanye West - Jesus Walks
We at war with terrorism, racism
but most of all we at war with ourselves
Kanye West - Jesus Walks
domingo, janeiro 22, 2006
Necessidades primárias?
Hoje acordei do outro lado da cama...
Não é normal...
Fugi de um espaço que delimitei havia algum tempo...
Estranho...
Porque me afastei daquele lugar tão acolhedor?
(um pequeno momento de silêncio restaurador)
Uma voz saiu do centro da minha grelha costal, até mais profundamente... das cavernas castanhas e obscuras dos meus pulmões que abraçam eternamente uma gruta de gelo semelhante ao 7º círculo do inferno de nome coração... foram breves as suas palavras de necessidade e de desejo sanguíneo, mas imperativas. Por isso, queimei de novo um inocente, um derradeiro sacrifício ao deus da lascívia...
Não é normal...
Fugi de um espaço que delimitei havia algum tempo...
Estranho...
Porque me afastei daquele lugar tão acolhedor?
(um pequeno momento de silêncio restaurador)
Uma voz saiu do centro da minha grelha costal, até mais profundamente... das cavernas castanhas e obscuras dos meus pulmões que abraçam eternamente uma gruta de gelo semelhante ao 7º círculo do inferno de nome coração... foram breves as suas palavras de necessidade e de desejo sanguíneo, mas imperativas. Por isso, queimei de novo um inocente, um derradeiro sacrifício ao deus da lascívia...
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Era uma vez um menino...
I had a dog
He loved me like a God
But I was just a kid
The kind mothers like
Now I'm big like the sky
And I'm down sized inside
I'm just a baby who looks like a boy
I'm getting all depressed
I look like a man
I feel like an ant
He loved me like a God
But I was just a kid
The kind mothers like
Now I'm big like the sky
And I'm down sized inside
I'm just a baby who looks like a boy
I'm getting all depressed
I look like a man
I feel like an ant
adaptado de Soundgarden
Nunca vou mudar... Apenas posso quebrar.
You wired me awake
And hit me with a hand of broken nails
You tied my lead and pulled my chain
To watch my blood begin to boil
And hit me with a hand of broken nails
You tied my lead and pulled my chain
To watch my blood begin to boil
Soundgarden - Rusty Cage
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Oportunidades
A vida...
Algo demasiado precioso para ser avaliado com um punhado de palavras...
Apesar disso as pessoas tendem a simplificar aqui que as ultrapassa, vivendo na sua bela, doce e fútil ignorância... Quero com isto dizer que abomino a certeza, espero a incerteza, porque é ela que nos faz ser mais...
Para além disso o mundo não é perfeito, as pessoas não são perfeitas e as acções não são perfeitas, porque é que insistem em ver a vida pelo prisma da simplicidade atroz? Porquê?
Com isto quero dizer que não somos ninguém para julgar os outros, muito menos de os ostracizar, por isso... vivo feliz por não julgar sempre com veredito na mão, mas sim com a mão aberta para uma segunda oportunidade...
Algo demasiado precioso para ser avaliado com um punhado de palavras...
Apesar disso as pessoas tendem a simplificar aqui que as ultrapassa, vivendo na sua bela, doce e fútil ignorância... Quero com isto dizer que abomino a certeza, espero a incerteza, porque é ela que nos faz ser mais...
Para além disso o mundo não é perfeito, as pessoas não são perfeitas e as acções não são perfeitas, porque é que insistem em ver a vida pelo prisma da simplicidade atroz? Porquê?
Com isto quero dizer que não somos ninguém para julgar os outros, muito menos de os ostracizar, por isso... vivo feliz por não julgar sempre com veredito na mão, mas sim com a mão aberta para uma segunda oportunidade...
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