3:00 a.m. - 7 a.m.
local: quarto do pior motel da cidade
ambiente: tarde, cedo, uma espécie de neblina mental…
Tempo… tanto e tão pouco… Quando precisamos de mais um bocado de tempo ele desaparece com tamanha velocidade que se sente o chão a sair debaixo de nós e se entra numa queda fatal, num vazio onde nada existe a não ser as recordações reprovadoras da tua própria existência…
Sentes o cansaço, um cansaço mortal abate-se sobre o teu corpo dormente… apesar disso, as tuas pálpebras recusam-se a obedecer… a sua simples função está comprometida por causa dos três cafés que se beberam a acompanhar o bagaço e a pequena chama infernal que renascia das cinzas de cada vez que a apagavas… sentes essa demonstração de inferno espremer o teu cérebro pedindo-te amor incondicional … E tu cedes… realmente ela tem razão…
A cabeça pesa, ao teu lado ela acaba de se vestir… não trocam uma palavra… tinha que ser… como dois animais passaram a noite a fazer aquilo que nasceram programados para fazer. As palavras… são vazias ou então contêm demasiada informação para permitir a sua troca fluente…
Há muito tempo que a solidão se deitou ao lado do teu corpo jazente quando o indicador da vida que evitas se subleva contra ti… rasgando as cortinas mostrando-se em todo o seu poder obrigando-te a colocar a mortalha que te permite ser politicamente correcto…
Sais para a rua, acendes o teu último cigarro.
É de dia, é o início, é o fim…
segunda-feira, maio 30, 2005
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